quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
vamos refletir sobre a pesca maravilhosa que os discípulos de Jesus empreenderam (Lc 5:1-20), fazendo um paralelo bíblico-Imaginemos a ansiedade de Simão e dos demais pescadores que passaram uma noite inteira pescando, mas não conseguiram pegar nada. Seria como um pastor que pregou, evangelizou, visitou durante o ano inteiro, porém, no final das contas, não conseguiu ganhar e batizar uma pessoa sequer. Talvez, uma das maiores angústias de um obreiro seja ficar 365 dias sem ver vidas se convertendo ao Senhor e, consequentemente, sem realizar nenhum batismo.
Simão e seus colegas já estavam se preparando para ir embora quando a página da história de vida deles foi completamente mudada por Jesus. O evangelista Lucas diz que houve uma mudança radical desde o momento em que eles se encontraram com o Mestre da Galileia. Depois da luta, veio a bonança. Após a noite turbulenta, raiou um novo dia, trazendo alegria e esperança ao pequeno grupo de pescadores.
Há, na narrativa bíblica de Lucas, três fases sincronizadas que transformaram a noite de fracasso, decepção e tristeza em um momento de grande alegria para os pescadores (pregadores): “E foram e encheram ambos os barcos, a ponto de quase irem a pique” (v. 7).ESTRATÉGIA A primeira fala de Jesus a Pedro foi para que ele fosse para o mar alto e lançasse as redes: “faze-te para o mar alto” (v. 4). Percebam que o Mestre pediu para jogar as redes em lugar que não é para qualquer um. Mar alto indica sempre uma situação de perigo, exige muita atenção e o momento é de alerta. As redes foram lançadas em um lugar em que o pescador, geralmente, não teria preferência. Isso pode ser relacionado à estratégia e lugares onde o evangelho ainda não foi anunciado (Rm 14:20). A pesca em mar alto é uma tarefa que envolve muito esforço, risco e grandes perigos, tanto no sentido da segurança dos pescadores quanto ao sucesso da captura de peixes. Para os estudiosos desta área, é um trabalho que, dependendo do tipo de embarcação usada, poderá durar semanas ou meses a fio no mar, isto é, sem retornar ao porto. No entanto, Jesus estava mais do que certo de que sua estratégia (mar alto) resultaria numa pesca maravilhosa. É bom lembrarmos que estratégia diz respeito ao lado operacional do método ou do caminho a ser utilizado para atingir um objetivo. Jesus sempre usou estratégias para pregar as boas-novas de salvação. A proposta do PESC para pescar (salvar) vidas é o trabalho de Grupos de Discipulado, os PGs. Trata-se de uma estratégia atual e com respaldo bíblico. É hora de deixarmos as quatro paredes da igreja e irmos para o mar alto, lá fora, onde os pecadores estão. Essa estratégia nos faz chegar a lugares e pessoas que jamais viriam ao templo.Os pescadores tinham em mãos as redes, que são técnicas ou recursos humanos para a pesca. Era o material do trabalho diário e o meio de sobrevivência. Ainda que cansado e sem esperança, pois havia trabalhado a noite inteira e nada apanhado, Simão considerou o pedido de Jesus: “Mestre, trabalhamos a noite toda, e nada pescamos, sob a tua palavra, lançarei as redes” (v. 5). Ainda que tentasse se justificar, o discípulo submeteu-se à palavra (autoridade) de Jesus.Há neste espaço de acontecimentos (ordem e obediência) algo que poderíamos chamar de “o momento de aplicabilidade”. Ou seja, primeiro Jesus ordenou que ele (Simão) saísse para o mar alto, o que chamaríamos de estratégia. Depois, o Mestre manda lançar as redes (recursos). Em outras palavras, Jesus está dizendo a Simão Pedro que coloque em prática o que ele (Jesus) havia falado-ensinado. Não adiantaria ver o mar alto e não fazer nada. Seria o mesmo que planejar e não executar.Os métodos e estratégias formalizados precisam sair do papel e passar pelo processo da prática. O PESC foi lançado (dez/2012), os líderes foram treinados (2013) e o material didático para a implantação dos PGs está disponível na Editora Aleluia. O que seria necessário fazer? Aplicar o que aprendemos nos Cursos de Treinamento (encontros regionais). Para isso, os pastores e lideranças precisam abraçar este Planejamento e implantar em suas igrejas os PGs. Não há tempo a perder, vamos lançar as redes em mar alto.Não bastam boas metodologias, excelentes estratégias, técnicas modernas, tampouco dizer que crê no poder do Espírito Santo para ser testemunha (At 1:8). É preciso, antes de tudo, crer nas palavras do Mestre e obedecê-las. Com certeza, Simão não tinha ideia de tamanha pescaria naquele dia, até porque já estava lavando as redes para ir para sua casa descansar (Lc 5:2). No entanto, deu credibilidade ao que Jesus disse e lançou as redes ao mar, como fruto de sua fé e submissão.Com isso, veio o resultado (o crescimento) inesperado: “Feito isto, apanharam uma grande quantidade de peixes, de modo que as redes se rompiam. Acenaram então aos companheiros que estavam no outro barco, para virem ajudá-los. Eles, pois vieram, e encheram ambos os barcos, de maneira tal que quase iam a pique” (vs. 6 e 7). Se não tivessem lançado as redes no mar alto (estratégia-contexto), o evangelista Lucas não teria registrado esse cenário tão comovente e impressionante. Se quisermos ver o resultado das propostas contidas , não devemos ficar questionando se vai ou não dar certo. Os frutos (resultados) só virão se lançarmos as redes e colocarmos em prática o que aprendemos. Particularmente, penso que o resultado da nossa pescaria poderá nos surpreender, ainda que em médio e longo prazo. Todavia, há que se considerar que toda estratégia é passível de erros e acertos. Encerrando, vale dizer que o ser humano tem a tendência de acreditar e valorizar somente aquilo que é dele. Talvez você não tenha tido uma participação direta na nesta igreja. Todavia, trata-se de um Planejamento coletivo do qual cada um (pastor, líder e membro) faz parte. A voz de Jesus ainda ecoa em nossos dias, dizendo: “Saiam mais para o mar alto, e lançai as vossas redes para pescar”, porque a pesca haverá de ser maravilhosa.
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